A ex-prefeita de Betim e ex-deputada federal, Maria do Carmo Lara Perpétuo, foi exonerada do cargo de diretora financeira dos Correios pelo presidente Fabiano Silva de Souza, em meio a uma crise financeira que resultou em um déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024.
A medida faz parte de um amplo programa de reestruturação interna, implementado para reverter o cenário negativo enfrentado pela estatal. De acordo com informações de um funcionário dos Correios, a exoneração ocorreu na última sexta-feira, e o desligamento oficial deverá ser publicado no Diário Oficial na próxima segunda ou terça-feira.
Os Correios vêm enfrentando dificuldades financeiras significativas. O déficit de R$ 3,2 bilhões acumulado em 2024 obrigou a estatal a adotar medidas de reestruturação, incluindo a demissão de Maria do Carmo Lara. Essa ação faz parte de um conjunto de mudanças que visam recuperar a saúde financeira da empresa.
Em entrevista coletiva, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, atribuiu parte do déficit financeiro da estatal à chamada “taxa das blusinhas”. Essa medida, que incide sobre as importações de mercadorias de baixo valor, teria causado um prejuízo adicional de R$ 2,2 bilhões, reduzindo o fluxo de importações e prejudicando a exclusividade que os Correios possuíam nesse segmento.
A crise financeira dos Correios não passou despercebida pela oposição política. Parlamentares vêm pressionando pela criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar o que consideram má gestão e irregularidades que contribuíram para o rombo recorde na estatal. A exoneração de Maria do Carmo Lara é, para alguns, vista como uma tentativa de desviar a atenção dos problemas estruturais e administrativos mais profundos.
Maria do Carmo, militante do PT, teve uma trajetória política expressiva, sendo deputada federal por três mandatos e prefeita de Betim, o que a torna uma figura conhecida no cenário político, agora envolvida em um episódio de grande repercussão.
A demissão de Maria do Carmo Lara simboliza o ponto crítico dos Correios, que enfrentam uma grave crise financeira e administrativa. Com um déficit bilionário, a estatal enfrenta problemas internos decorrentes de políticas de privatização e medidas fiscais controversas, como a “taxa das blusinhas”, além de pressão política para esclarecer a origem desses prejuízos.
Em resumo, o episódio reflete as complexidades de administrar uma grande empresa estatal em meio a desafios econômicos e políticos, onde a responsabilidade pela má gestão pode ser atribuída tanto a decisões administrativas quanto a fatores externos.
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