Em 2023, Queimados, no Rio de Janeiro, apresentou um desempenho alarmante no IDEB, com 4,9 nos anos iniciais e 3,8 nos finais do ensino fundamental, ambos abaixo da média estadual. Esse resultado evidencia não apenas deficiências estruturais e pedagógicas, mas também um descaso histórico com a educação local.
À medida que as eleições se aproximam, candidatos à área política têm direcionado seu foco para a crise educacional que aflige o município. Suas campanhas estão cada vez mais centradas em propostas que buscam reverter essa realidade, prometendo investimentos significativos em infraestrutura escolar, modernização dos currículos e programas de capacitação contínua para professores. Além disso, há uma crescente ênfase em políticas de incentivo ao aprendizado, que incluem desde reforço escolar até atividades extracurriculares voltadas ao desenvolvimento integral dos alunos.
Os candidatos também têm debatido a importância de uma gestão educacional mais eficiente, capaz de identificar e atuar sobre as áreas mais críticas, promovendo uma redistribuição equitativa de recursos entre as escolas do município. A promessa de uma educação de qualidade e acessível para todos é um tema recorrente nos discursos, refletindo a percepção de que a melhoria na educação é fundamental não só para o desenvolvimento local, mas também para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Apesar das promessas dos candidatos políticos, a comunidade questiona se essas propostas serão realmente implementadas ou se são apenas retóricas eleitoral. A falta de transparência na aplicação de recursos e a ausência de uma estratégia educacional de longo prazo agravam a crise. Muitos criticam o foco excessivo em promessas grandiosas, enquanto problemas básicos, como a manutenção das escolas e a valorização dos professores, continuam sendo negligenciados.
Além disso, a desigualdade entre as escolas do município, com algumas enfrentando condições muito mais adversas que outras, levanta dúvidas sobre a real intenção dos políticos em promover uma educação equitativa. Sem um comprometimento concreto e uma fiscalização rigorosa da execução das políticas públicas, há o risco de Queimados continuar preso em uma situação de baixo desempenho educacional, perpetuando a exclusão social e limitando as oportunidades para seus jovens.
A falta de envolvimento da sociedade civil na elaboração e fiscalização das políticas educacionais tem sido um dos fatores que contribuem para a perpetuação desse cenário. Para que o município de Queimados possa superar esses desafios, é necessário um comprometimento real e duradouro por parte dos gestores públicos, aliado a uma participação ativa da comunidade na construção de uma educação de qualidade para todos.
Somente com uma gestão pública transparente, uma alocação equitativa dos recursos e um compromisso genuíno com a educação será possível reverter o atual quadro de falência educacional em Queimados. A melhoria da educação no município não pode depender apenas de promessas eleitorais, mas deve ser um objetivo permanente, apoiado por políticas públicas consistentes, planejamento estratégico de longo prazo e um engajamento contínuo de todos os atores envolvidos. Sem essas mudanças profundas, o futuro das crianças e jovens de Queimados continuará comprometido, e o município permanecerá preso em um ciclo de pobreza e desigualdade.
O futuro da educação em Queimados, portanto, depende não apenas das promessas eleitorais, mas de uma mudança real na gestão pública e no engajamento da comunidade. Sem isso, as perspectivas de melhoria continuarão sendo apenas uma ilusão, deixando os estudantes à mercê de um sistema educacional falho e desestruturado.
Fonte: Observatório de Educação
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