União Brasil e Progressistas deixam base do governo e acirram cenário político para 2026.

Decisão de União Brasil e Progressistas fragiliza apoio a Lula no Congresso e fortalece o centrão para a disputa presidencial.

 

A federação União Progressista, formada por União Brasil e Progressistas (PP), oficializou no dia 2 de setembro sua saída da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio foi feito em comunicado conjunto assinado pelos presidentes das siglas, Antonio Rueda e Ciro Nogueira, e estabelece que parlamentares e ministros ligados às legendas devam deixar seus cargos no Executivo até o final do mês. Confirmado: Reunida nesta quarta-feira, a cúpula da União Brasil ratificou a saída da legenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão vai ao encontro do movimento da federação com o PP, que definiu a devolução dos espaços ocupados no Executivo.

“Essa decisão é fruto da necessidade de dar clareza e coerência ao nosso posicionamento político. Quem não cumprir será automaticamente desligado da federação e poderá sofrer sanções disciplinares”, afirmaram Rueda e Nogueira em nota oficial. A saída também reflete um movimento estratégico: consolidar identidade própria da federação no Congresso e reforçar a posição para 2026, quando União Brasil e Progressistas pretendem disputar espaço no centro do tabuleiro eleitoral.

Ministros na berlinda

 

A medida atinge diretamente integrantes do primeiro escalão, como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), ambos os deputados federais licenciados. Também estão na lista os ministros Waldez Góes (Integração Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), indicados pelas duas legendas.

Reação no Planalto

O governo reagiu com cautela à debandada. Lula minimizou o impacto político da decisão e disse acreditar que será possível manter o diálogo com diferentes bancadas. “Já governei com menos apoio no Congresso. A democracia se faz com negociação e respeito às diferenças”, declarou o presidente em evento no Palácio do Planalto.

A ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, também comentou o episódio. “Ninguém é obrigado a permanecer na base. O importante é que quem fique esteja comprometido com pautas como a justiça tributária, a defesa da democracia e a soberania do país”, afirmou em entrevista coletiva.

 

Impacto no Congresso

 

Com mais de 100 parlamentares, a União Progressista era considerada a maior força partidária do Congresso. Sua saída representa um revés para a base governista e fortalece o chamado centrão, que já se movimenta de olho nas eleições de 2026.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), celebrou a decisão. “O partido precisava resgatar sua identidade. Essa postura nos dá condições de apresentar um projeto próprio ao país”, disse.

 

Próximos passos

 

Analistas avaliam que a ruptura cria um cenário mais desafiador para o governo, que terá de costurar apoios pontuais para aprovar matérias de interesse no Legislativo. Ao mesmo tempo, abre espaço para que União Brasil e Progressistas se consolidem como alternativa ao lulismo no próximo pleito presidencial.

 

Análise: o jogo para 2026

 

A saída de União Brasil e Progressistas inaugura uma nova fase da política em Brasília. A federação, que nasce como a maior bancada do Congresso, ganha fôlego para se reposicionar no espectro político e disputar protagonismo nas eleições presidenciais de 2026.

Para o governo Lula, o movimento impõe desafios imediatos. Sem a força da federação, o Planalto terá de reforçar negociações com partidos médios e menores para garantir maioria em votações estratégicas, especialmente em pautas econômicas e de interesse social.

Já para o centrão, a ruptura é vista como uma oportunidade de consolidar-se como alternativa ao lulismo e ao bolsonarismo, abrindo espaço para a construção de uma candidatura competitiva de “terceira via”. O gesto também fortalece lideranças regionais, como Ronaldo Caiado, que podem se projetar nacionalmente a partir dessa nova configuração.

 

O que é a Federação União Progressista

 

A União Progressista é uma federação partidária formada em abril de 2025 pela união de dois partidos: União Brasil e Progressistas (PP).

O que significa federação partidária? 

É uma figura prevista na legislação eleitoral brasileira que permite que dois ou mais partidos se unam e atuem de forma conjunta por, no mínimo, quatro anos. Diferente de uma coligação (que só vale para a eleição), na federação os partidos precisam funcionar como se fossem um só, com estatuto comum, direção unificada e atuação conjunta no Congresso.

 

 Porque União Brasil e PP criaram a federação?

 

  • Para ganhar força política no Legislativo, já que juntos somaram mais de 100 parlamentares, tornando-se a maior bancada do Congresso.
  • Para ampliar o poder de negociação com o governo e se preparar para as eleições de 2026, com mais capilaridade nacional.
  • Para dar identidade política conjunta, evitando disputas internas por espaço e cargos.

Em resumo, o desembarque da União Progressista não apenas redesenha o equilíbrio de forças no Congresso, mas também antecipa os contornos da disputa presidencial que se aproxima.

 

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